O ambiente automotivo continua sendo uma questão central para a indústria de rádio. E são vários pontos na mesa: manutenção da forte presença dos receptores nos carros, avanço dos multimídias em carros conectados, maior tecnologia para o setor com o rádio híbrido e soluções online como Apple CarPlay e Android Auto, entre outros pontos. Para a indústria automotiva, o rádio também deve ser tratado como um de seus principais assuntos: além de ajudar diretamente na oferta de mídia a partir dos sistemas próprios desenvolvidos pelas montadoras, o rádio é também um grande impulsionador de vendas de automóveis, já que os ouvintes das emissoras têm quase o dobro de probabilidade de serem compradores de carros e similares.

A imprensa especializada no setor de rádio nos Estados Unidos repercutiu nesta semana uma pesquisa da empresa Provoke Insights, baseada em um estudo com 1.500 adultos de 21 a 65 anos, que mostra que os ouvintes de rádio compram veículos a uma taxa quase duas vezes maior que os não ouvintes (17% contra 9%).

"Como um meio confiável que alcança milhões de ouvintes adultos semanalmente, o rádio não apenas gera demanda para concessionárias, mas também impacta as vendas", afirma Annette Malave, Vice-Presidente Sênior de Insights da RAB, no blog "Radio Matters" da RAB. "As concessionárias têm uma melhor oportunidade de vendas ao utilizar o rádio para atingir os compradores de automóveis em potencial", destaca a executiva.

Os resultados da Provoke também revelam que, entre os adultos que planejam comprar um veículo, 40% dos ouvintes de rádio concluíram a compra em poucos dias, enquanto 31% dos não ouvintes levaram semanas. "Usar o rádio para alcançar potenciais compradores de automóveis pode influenciá-los a optar por uma concessionária ou marca automotiva em detrimento de outra… A oportunidade de impulsionar as vendas de automóveis é maior entre os ouvintes de rádio em comparação com os não ouvintes", diz Malave.

O levantamento da Provoke também descobriu que, entre os adultos que compraram um veículo no último mês nos EUA, 80% planejaram e realizaram pesquisas para decidir sobre uma eventual compra. "Este é um fator importante que as concessionárias devem abordar em suas mensagens, apresentando-se como uma ajuda no importante processo de tomada de decisão", diz a executiva da RAB.

A pesquisa ainda indica que, dos 17% de ouvintes de rádio que também compraram veículos, a maioria era do sexo masculino, embora, como observa Malave da RAB, as mulheres frequentemente sejam as influenciadoras quando se trata de compras de veículos. Além disso, três quartos (75%) dos planejadores de compra de automóveis adquiriram a marca ou nome que já haviam comprado no passado, mostrando que, conforme Malave, "quando se trata de fidelidade à marca, aqueles que planejaram sua compra de automóvel não mudam de escolha."

Com base nos dados, a diretora de insights da RAB conclui que os consumidores não tomam decisões sobre itens de alto valor de forma leviana, e um veículo muitas vezes reflete o estilo de vida e a personalidade do consumidor. E utilizar o rádio pode facilitar esse processo de aquisição, já que ele impacta diretamente nas vendas de automóveis, conclui Malave.

E por qual razão olhar para lá fora?

O tudoradio.com costuma observar esses pontos de curiosidade dos números do rádio internacional para mapear possíveis mudanças de hábitos e a manutenção do consumo de rádio em diferentes países. Assim como ocorreu no ano anterior, periodicamente a redação do portal irá monitorar o desempenho do rádio nos principais mercados do mundo e, é claro, fazendo sempre uma comparação com a situação brasileira. E, como de costume, repercutindo também qualquer número confiável sobre o consumo de rádio no Brasil.