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Quinta, 02 de Outubro de 2025

Estudos indicam rejeição crescente do público ao uso de vozes por IA no conteúdo em áudio

Levantamento mostra que parte significativa dos ouvintes abandonaria seus conteúdos favoritos caso fossem utilizados locutores artificiais

Pesquisas recentes acendem um alerta para emissoras e produtores de conteúdo que têm adotado soluções baseadas em inteligência artificial (IA) em suas programações. De acordo com estudo divulgado pela Sounds Profitablequase metade dos ouvintes entrevistados (47%) afirmou que deixaria de ouvir seus podcasts preferidos caso fossem usados locutores gerados por IA. Entre os mais resistentes, 28% disseram que estariam “muito menos propensos” a continuar acompanhando esse tipo de conteúdo. Acompanhe os detalhes:

O estudo também apontou que apenas 21% do público indicou maior disposição para consumir áudios com recursos de IA. O índice reforça a existência de uma resistência generalizada, especialmente entre os ouvintes com maior escolaridade: entre os que possuem pós-graduação, 49% se mostraram contrários ao uso da tecnologia, contra 37% entre aqueles que não concluíram o ensino médio. Isso indica que a rejeição não está ligada à falta de familiaridade com a tecnologia, mas a preocupações informadas — especialmente quanto ao impacto da IA sobre empregos criativos.

No setor de audiolivros, a percepção sobre a IA também mudou. Levantamento da Audio Publishers Association mostra que, em 2023, 77% dos ouvintes estavam dispostos a consumir livros narrados por vozes artificiais. Em 2025, esse índice caiu para 70%, indicando uma leve, porém relevante, retração.

Enquanto isso, emissoras de rádio nos Estados Unidos já vêm incorporando vozes sintéticas em suas operações. O grupo Audacy, por exemplo, passou a trabalhar com a ElevenLabs em 2024 para criar um banco de vozes para uso em rádio e publicidade. A Saga Communications já emprega vozes de IA para produção de vinhetas e identidade sonora de suas estações. Um dos casos mais notórios foi o da "AI Ashley", personagem virtual da Alpha Media na Live 95.5 de Portland, que foi descontinuada antes da aquisição da empresa pela Connoisseur Media.

A questão também envolve um cenário mais amplo de adoção da inteligência artificial pela sociedade. Segundo pesquisa da Gallup, apenas 39% dos norte-americanos usam IA regularmente e apenas 8% se consideram “muito conhecedores” da tecnologia. Entretanto, entre os que usam IA, o índice de confiança na tecnologia é o dobro em relação aos não usuários: 46% contra 23%, o que sugere que a familiarização tende a aumentar a aceitação.

Apesar de 62% acreditarem que a IA pode melhorar a produtividade no trabalho e 53% esperarem um impacto positivo na economia, a preocupação com a substituição de empregos persiste. Para 61% dos entrevistados, a tecnologia tende a eliminar mais postos de trabalho do que criar. A inquietação é ainda maior entre os profissionais do rádio: segundo a pesquisa AQ6 da Jacobs Media, realizada em 2024, 77% dos comunicadores demonstraram receio de perderem espaço para soluções artificiais.

Diante do cenário, nomes do setor, como Tom Webster, da Sounds Profitable, vêm defendendo a criação de diretrizes para uso e transparência no emprego de vozes de IA, de modo a proteger anunciantes e manter padrões de qualidade. A expectativa é que o equilíbrio entre inovação tecnológica e autenticidade no conteúdo seja determinante para a aceitação da audiência nos próximos anos.

E por qual razão olhar para lá fora?

tudoradio.com costuma observar esses pontos de curiosidade dos números do rádio internacional para mapear possíveis mudanças de hábitos e a manutenção do consumo de rádio em diferentes países. Assim como ocorreu no ano anterior, periodicamente a redação do portal irá monitorar o desempenho do rádio nos principais mercados do mundo e, é claro, fazendo sempre uma comparação com a situação brasileira. E, como de costume, repercutindo também qualquer número confiável sobre o consumo de rádio no Brasil.

Fonte: Tudo Rádio
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